Fichamento da República de Platão - Livro 1

A REPÚBLICA
É um diálogo Socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV a.C. . Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a cidade de Callipolis, que significa cidade bela) onde são questionados os assuntos da organização social (teoria política, filosofia política).
O diálogo tem uma extensão considerável, articulada pelos tópicos do debate e por elementos dramáticos.
Exteriormente, está divido em dez livros, subdividido em capítulos.
Em “A República”, Platão fornece a Constituição perfeita para a Cidade-Estado, governada pelos detentores do Saber, que servem em nome da Cidade unificada, justa, livre da exploração, das paixões, da ignorância e da discórdia.
Para Platão, a educação (Paideia) seria o ponto de partida e principal instrumento de seleção e avaliação das aptidões de cada um.
Sendo a alma humana (psikê) um composto de três partes: o apetite, a coragem e a razão, todos nascem com essa combinação, só que uma delas predomina sobre as demais.
Se alguém deixa envolver-se apenas pelas impressões geradas pelas sensações motivadas pelo apetite, termina pertencendo as classes inferiores.
Prevalecendo o espírito corajoso e resoluto, seguramente irão fazer parte da classe dos guardiões, dos soldados, responsáveis pela segurança da coletividade e pelas guerras. Porém se deixando o individuo guiar-se pela sabedoria e pela razão é obvio que apresenta as melhores aptidões para integrar-se nos setores dirigentes dessa almejada sociedade.

Livro I. A república de Platão
A definição de Justiça
·         Entoam uma litania males que a velhice lhe causa. Pg13-N329
·         Sinto-me felicíssimo por lhe ter escapado, com quem fugiu a um amo delirante. Pg13-N329
·         Somos libertos de uma hoste de desportos furiosos. Pg13-N329
·         Os poetas amam os seus próprios versos, e os pais os filhos, assim também os homens de negócios se interessam pelas suas riquezas como obra sua. Pg14-N330
·         Aquele que não tem consciência de ter cometido qualquer coisa injustiça, esse tem sempre junto de si uma doce esperança, bondosa ama e velhice. Pg15-N330
·         A doce esperança que lhe alenta o coração acompanha-o, qual ama da velhice – a esperança que governa, mas que tudo os espíritos vacilantes dos mortos. Pg15-N331
·         Tenho em grande apreço a posse das riquezas, não para todo o homem, mas para aquele que é comedido e prudente. Pg15-N331
·         Definição de justiça: dizer a verdade e restituir aquilo que se recebeu. Pg16-N331
·         Que é justo restituir a cada um o que se lhe deve. Pg16-N331
·         A justiça consistia em restituir a cada um o que lhe convém, e a isso chamou ele restituir o que é devido. Pg17-N332
·         Justiça é inútil, quando nos servimos dela, e útil quando não nos servimos. Pg19-N333
·         Quem é capaz de se defender de uma doença, é também o mais capaz de  a transmitir despercebidamente. Pg19-N333
·         Se uma pessoa for um hábil guardião de uma coisa, é também um hábil ladrão da mesma. Pg19-N334
·         O homem justo revela-se-nos, ao que parece, como uma espécie de ladrão. Pg19-N334
·         Justiça é auxiliar os amigos e prejudicar os inimigos. Pg20-N334
·         Amigo é o que parece e é na realidade honesto. O que parece, mas não é, aparenta ser. E, sobre o inimigo, a definição é a mesma. Pg20-N335
·         A ação do calor não é, me parece, refrescar, mas o contrario. Pg21-N335
·         Se alguém disser que a justiça consiste em restituir a cada um aquilo que lhe é devido, e com isso quiser significar que o homem justo deve fazer mal ao inimigo, e bem aos amigos, quem assim falar não é sábio, portanto não disse a verdade. Pg22-N335
·         Não me digas que são duas vezes seis, nem que são três vezes quatro, nem seis vezes dois, nem quatro vezes três; que eu não aceito tais banalidades. Pg23-N337
·         Pago tanto quanto posso. Mas o que eu posso é apenas elogiar, pois não tenho dinheiro. Pg24-N338
·         De onde resulta para quem pensar corretamente, que a justiça é a mesma em toda a parte: a conveniência do mais forte. Pg25-N338
·         A justiça era a conveniência. Pg25-N339
·         É justo cometer atos prejudiciais aos governantes, involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles, uma vez que declaras ser justo que os súditos executem o que prescrevem os governantes. Pg26-N339
·         Nenhum artífice se engana, só quando o seu saber o abandona é que quem era se engana e nisso não é um artífice. Pg27-N340
·         A justiça consiste em fazer o que é conveniente para o mais poderoso. Pg27-N340
·         Define claramente o que queres significar com o governante e o mais forte: se é em geral ou no sentido que agora mesmo intitulaste rigoroso, esse mais forte cuja conveniência, uma vez que ele é o mais poderoso, é justo que o mais fraco sirva. Pg28-N341
·         O corpo é justo a tais defeitos, e de tais defeitos carece de ser curado. Pg29-N341
·         Na própria arte há qualquer defeito e cada arte precisa de outra arte que procura o que lhe é útil, e esta, por sua vez, de outra, e assim até ao infinito. Pg29-N342
·         Nenhuma arte possui imperfeição ou falha alguma, nem é próprio de uma arte procurar a conveniência de outra pessoa, senão a daquele a que pertence. Ao passo que cada arte, se for de verdade, é incorruptível e pura; enquanto que, tomada no seu sentido exato, é inteiramente o que é e examina da tal maneira rigorosa. Pg29-N342
·         És tão profundamente versado em questões de justo e justiça, de injusto e injustiça, que desconheces serem a justiça e o justo um bem alheio, que não realidade consiste na vantagem do mais forte e de quem governa, e que é próprio de quem obedece e serve ter prejuízo. Pg30-N343
·         O maior dos castigos é ser governado por quem é pior do que nós, se não quisermos governar nós mesmos. Pg34-N347
·         E melhor a vida do injusto do que a do justo. Pg35-N347
·         Coloca a injustiça no grupo da virtude e da sabedoria, e a justiça, no do contrário. Pg36-N348
·         O homem sábio não quererá exceder o que lhe é semelhante, mas sim o que é diverso e oposto a ele. Pg38-N350
·         A justiça é virtude e sabedoria, e a injustiça maldade e ignorância. Pg38-N350
·         Os justos mostram ser mais sábios, melhores e mais capazes de atuar, ao passo que os injustos nem sequer são capazes de atuar em conjunto. Pg40-N352
·         A alma justa e o homem justo viverão bem, e o injusto, mal. Pg43-N354
·         Nada fiquei a saber com esta discussão. Desde que não sei o que é a justiça, menos ainda saberei se se dá o caso de ela ser virtude ou não, e se quem a possui é ou não feliz. Pg43-N354
1. Descida ao Pireu;
2. Céfalo. Justiça segundo os mais velhos;
3. Trasímaco. Justiça segundo os Sofistas;

4. Polemarco. Justiça segundo a meia idade.

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