Livro II. A república de Platão
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A felicidade do Justo
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Há uma espécie de bem, que gostaríamos de
possuir, não por desejarmos as suas consequências, mas por o estimarmos por
si mesmo. Pg44-N357
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Dizem que a injustiça é por natureza, um
bem e sofrê-la, um mal, mas que ser vitima de injustiça e um mal maior do que
o bem que há em comete-lo. Pg45-N359
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Apanhá-lo-emos, ao junto, a caminhar para a
mesma meta que o injusto, devido à ambição, coisa que toda a criatura está
por natureza disposta a procurar alcançar como um bem; mas, por convenção, e
forçada a respeitar a igualdade. Pg46-N359
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Logo fez com que fosse um dos delegados que
iam junto do rei. Uma vez lá chegado, seduziu a mulher do soberano, e com o
auxílio dela, atacou-o e matou-o, e assim se tomou o poder. Pg46-N359
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Ambos levaram o mesmo caminho. Pg47-N360
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Justiça não é um bem para si,
individualmente, uma vez que, quando cada
um julga que lhe é possível cometer injustiças, comete-as. Pg47-N360
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Cada um deles é perfeito na sua maneira de
viver. Pg47-N361
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O supra-sumo da justiça é aparecer junto
sem o ser. Pg47-N361
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O injusto, preocupa-se com alcançar uma
coisa real, e não vivendo para a aparência, não quer parecer injusto, mas
sê-lo. Pg48-N361
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Um irmão vem em socorro do outro. Pg49-N362
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Do homem puro e fiel aos seus juramentos,
permanecem os filhos dos filhos e a raça vindoura. Pg50-N363
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Aos homens ímpios e injustos, esses, pelo
contrário, enterram-no no lado no Hades, e obrigam-nos a transportar água num
crivo, e ainda em vida lhe impunham má forma. Pg50-N363
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Prontos a prender que são felizes e maus,
se forem ricos ou possuidores, ao passo que desprezam e olham com altivez os
que forem fracos e pobres. Pg50-N364
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Se eu for justo, mas não o parecer, não
tiro proveito nenhum, mas sim penas e castigos evidentes. Para o homem
injusto, que saiba granjear fama de justiça, a sua vida diz-se que é
divinamente boa. Pg51-N365
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Não há nada de grandioso que não tenha
dificuldades. Pg52-N365
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Ninguém mais é justo voluntariamente, mas
que devido à covardia, à velhice ou a qualquer outra fraqueza, censurará a injustiça,
por estar incapacitado de a cometer. Pg53-N366
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Ninguém mais é justo voluntariamente, mas
que devido à covardia, à velhice ou a qualquer outra fraqueza, censurará a
injustiça, por estar incapacitado de a cometer. Pg53-N366
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Ninguém jamais censurou a injustiça ou
louvou a justiça por outra razão que não fosse a reputação, honrarias,
presentes, dela derivados. Pg53-N366
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Há em vós algo de divino, se não estais
convencidos de que a injustiça é superior à justiça, sendo capazes de falar
sobre ela desta maneira. Pg54-N368
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Talvez exista uma justiça numa escala mias
ampla, e mais fácil de apreender. Pg55-N369
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Um homem precisa de outro para uma
necessidade, e outra ainda para outra, e, como precisam de muita coisa,
reúnem numa só habitação companheiros e ajudantes. A essa associação pusemos
o nome de cidade. Pg56-N370
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Não será o lavrador em pessoa, ao que
parece, que fará o arado para si, se quer que seja perfeito, nem a enxada,
nem os demais utensílios de lavoura. Pg57-N370
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Não estamos apenas a examinar, ao que
parece, a origem de uma cidade, mas uma cidade de luxo. Talvez não seja mau.
Efetivamente, ao estudarmos uma cidade dessas, depressa podemos descobrir de
onde surgem nas cidades a justiça e a injustiça. Pg60-N373
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E não digamos seja o que for, se a guerra
faz qualquer bem ou mal, mas somente isto, que descobrimos a origem da
guerra. Pg61-N373
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Nós impedimos o sapateiro de tentar ser ao
mesmo tempo lavrador, ou tecelão, ou pedreiro, e só o deixamos ser sapateiro,
a fim de que a obra resultasse; e, do mesmo modo, a cada um dos outros
atribuídos uma única arte. Pg62-N374
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Ninguém pode tornar-se um bom jogador de
damas ou dados, se não se dedicar a isso desde a infância. Pg62-N374
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O fato de tomar nas mãos outro instrumento
não fará de ninguém um artífice, nem será útil àquela que não tiver adquirido
o conhecimento de cada arte. Pg62-N374
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Há temperamentos que não imaginamos,
dotados qualidades opostas. Pg63-N375
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Admitamos confiadamente que também o homem,
se quiser ser brando para os familiares e conhecidos, tem de ser por natureza
filósofo e amigo de saber. Pg64-N376
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Em qualquer empreendimento, o mais
trabalhoso é o começo, sobre tudo para quem for novo e tenro. Pg65-N377b
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Os deuses lutam com os deuses, que
conspiram e combatem, pois nada disso é verdade. Pg67-N378
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O bem não é a causa de tudo, mas causa de
bens, e sem culpa nos males. Pg68-N379
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Deus, uma vez que é bom, não poderia ser a
causa de tudo, como diz a maioria das pessoas, mas causa de um pequeno número
das coisas que acontecem aos homens, e sem culpa do maior número delas.
Pg68-N379
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Os nossos bens são muito menos do que os
males, e, se a causa dos bens a ninguém mais se deve atribuir, dos males têm
de se procurar outros motivos, mas não o deus. Pg68-N379
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Deus não é a causa de tudo mas só dos bens.
Pg70-N380
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Os deuses por si não são capazes de se
metamorfosear, mas fazem-nos crer que aparecem sob toda a espécie, por meio
de ilusões e feitiçaria. Pg71-N381
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A mentira autentica é detestada não só
pelos deuses, mas também pelos homens. Pg72-N382
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Ao acomodar o mais possível a mentira à
verdade, estamos a tornar útil a mentora. Pg72-N382
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Concordo em tudo com esses padrões, e seria
capaz de os tomar como leis. Pg73-N383
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1. Dialética: processo de construção do
saber.
2. Questão: a justiça é preferível à corrupção?
3. O Paradigma da Cidade-Estado.
4. Educação dos responsáveis.
5. Origem da cidade.
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