Livro IV. A república de Platão
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A felicidade da cidade inteira é mais importante do que a
felicidade de alguns
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Não seria nada para admitir se estes homens
fossem muito felizes deste modo, nem resto tínhamos fundado a cidade com fito
de que esta raça, apenas, fosse especialmente feliz, mas que o fosse, tanto
quanto possível, a cidade inteira. Pg112-N419
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Se um oleiro enriquecer, achas que ainda
quererá cuidar da sua arte? De modo algum. Pg114-N421
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A riqueza e a pobreza. Uma dá origem ao
luxo, à preguiça e ao gosto pelas novidades? E outra, à baixeza e à maldade,
além do gosto pela novidade. Pg114-N422
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Parece ser verdadeiro, portanto, que os
nossos atletas facilmente lutarão contra o dobro e até o triplo deles.
Pg115-N422
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Até onde puder aumentar permanecendo unida,
até aí pode crescer: para além disso, n. pg116-N423
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Quando dissemos que, se nascer algum filho
inferior aos guardiões, deve ser levado para as outras classes, e, se nascer
um superior das outras, deve ser levado para a dos guardiões. Pg-116-N423
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Os homens apreciam acima de tudo o canto
que tiver mais novidades. Pg117-N424
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Os nossos filhos devem logo participar em
jogos mais conformes com a lei, pensando que, se eles forem contrários, é
impossível que daí se formem homens cumpridores da lei e honestos. Pg118-N424
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Não vale a pena estabelecer preceitos para
homens de bem, porque facilmente descobrirão a maior parte das leis que é
preciso formular em tais assuntos. Pg119-N425
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Zangar-se com quem fala para nosso bem não
tem qualquer encanto. Pg119-N426
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Eu não pensaria que um legislador autêntico
devesse ocupar-se desta espécie de leis e de administração, quer numa cidade
mal governada, quer numa que seja bem; naquela, porque são inúteis e sem
alcance, nesta porque qualquer pessoa descobrirá parte dela, e o resto surgirá
espontaneamente dos costumes tradicionais. Pg120-N427
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A nossa cidade, se de fato foi bem fundada,
é totalmente boa. Pg121-N427
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É, portanto, evidente que é sábia,
corajosa, sensata e justa. Pg121-N427
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A coragem e o ponto onde reside, esta
virtude pela qual a cidade merece o nome de corajosa, não é nada difícil de
discernir. Pg123-N429
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Logo, a cidade é corajosa numa das partes,
pelo fato de aí armazenar energia tal que preservará através de todas as
vicissitudes a sua opinião sobre as coisas a temer, que são tais e quais as
que o legislador proclamar na educação. Pg123-N429
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Supõe, portanto, que também nós realizamos
uma coisa parecida, na medida das nossas forças, quando selecionamos os
guerreiros e os educamos pela música e pela ginástica pg124-N430
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Há, portanto, ainda duas virtudes aa
examinar na cidade, a temperança e a que é causa de todas estas
investigações, a justiça. Pg124-N430
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A temperança é uma espécie de ordenação, e
ainda domínio de certos prazeres e desejos, como quando dizem, não entendo
bem de que maneira, “ser senhor de si”, e empregam outras expressões no
gênero que são como que vestígios desta virtude. Pg125-N430
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Se, noutra cidade, existir o mesmo parecer
em governantes e governados, sobre a espécie de pessoas e que devem exercer o
poder, também na nossa isso seria possível. Pg126-N342
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O seguinte: que me parece que há muito
estamos a falar e ouvir sobre o assunto, sem nos apercebermos se que era da
justiça que de algum modo estávamos a tratar. Pg127-N432
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O princípio que de entrada estabelecemos
que devia observar-se em todas as circunstancias, quando fundamos a cidade,
esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a
justiça. Pg128-N433
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Logo, meu amigo, esse princípio pode muito
bem ser, de certo modo, a justiça: o desempenhar cada um a sua tarefa. Pg128-N433
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O maior dos danos para com a sua cidade,
não dirás que é a injustiça. Pg29-N434
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Por conseguinte, é isso a injustiça.
Pg129-N434
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Por conseguinte, o homem justo, no que
respeita à noção de justiça, nada diferirá da cidade justa, mas será
semelhante a ela. Pg130-N435
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A cidade pareceu-nos justa, quando existiam
dentro dela três espécies de natureza, que executavam cada um a tarefa que
lhe era própria: e, por sua vez, temperante,, corajosa e sábia, devido a
outras disposições e qualidades dessas espécie. Pg130-N435
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O mesmo sujeito não pode, ao mesmo tempo,
realizar e sofrer contrários na mesma das suas partes e relativamente à mesma
coisa. Pg131-N436
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Ter sede e ter fome, e os apetites de um
modo geral o desejar e o querer. Pg132-437
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Diremos que existe uma classe dos desejos e
os mais evidentes dentre eles designá-los-emos por sede e fome. Pg133-N437
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Cada desejo em si é apenas o desejo de cada
objeto em vista do qual se originou, e o desejo de uma coisa determinada
depende desta ou daquela adicional. Pg133-N437
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E agora quando às ciências? Não é da mesma
maneira? A ciência em si é a ciência do conhecimento, ou do objeto a dar-lhe,
seja qual for. Mas uma ciência determinada é a ciência de um objeto
especifico. Exemplifico: desde que surgiu a ciência de construir casas foi
ela separada das outras, para ser denominada arquitetura. Pg134-N438
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Se, quando tem sede, alguma coisa a puxa,
encontrar-se-á nela algo distinto que tem sede e que leva, como um animal
selvagem, a beber. Efetivamente, já o dissemos, o mesmo sujeito, na mesma
parte e relativamente ao mesmo objeto, não pode produzir ao mesmo tempo
resultados contrários. Pg135-N439
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Da mesma maneira, julgo eu, que seria bem
dizer que, no arqueiro, as mãos dele afastam e puxam o arco ao mesmo tempo,
mas sim que uma mão afastar, e a outra puxa. Pg135-N439
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Quando as paixões forçam o homem contra a
sua razão, ele se censura a sim mesmo, se irrita com aquilo que, dentro de
si, o força, e que, como houvesse dois contendores em luta, a cólera se torna
aliada da sua razão. Pg136-N440
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Nas crianças qualquer pessoa pode ver que,
mal nascem, são logo cheias de irascibilidade, ao passo que a razão, alguns
nunca a alcançam, segundo me parece, e a maioria, só tarde. Pg137-N441
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O homem justo é da mesma maneira que a
cidade é justa. Pg138-N441
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Mas decerto não esquecemos que a cidade era
justa pelo fato de cada um executar nela a sua tarefa específica, em cada uma
das três classes. Pg138-N441
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Nós denominamos um indivíduo de corajoso,
acredito, em atenção à parte irascível, quando essa parte preserva, em meio
de penas e prazeres, as instruções fornecidas pela razão sobre o que é
temível ou n. pg138-N442
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Cumpriu-se então completamente o nosso
sonho, aquilo que nós suspeitávamos, que logo que começássemos a fundar a
cidade podíamos, com o auxílio de algum deus, chegar em qualquer princípio e
modelo da justiça. Pg140-443
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As coisas sãs produzem a saúde, as
doentias, a doença. Pg141-444
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Produzir a justiça consiste em dispor, de
acordo com a natureza, o são elementos da alma, para dominarem ou serem
dominados, uns pelos outros; a injustiça, em governar ou ser governado um por
outro, contra a natureza. Pg141-444
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Mas, Sócrates, esta indagação afigura-se-me
que já está à tornar-se ridícula. Pg142-N445
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Seria, efetivamente, ridículo. Mas, já que
chegamos a este ponto é possível avisar com toda a nitidez a verdade destes
fatos, não devemos desistir. Pg142-N445
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Há tantas formas especificas de
constituições, quantas podem ser as de almas. Pg142-N445
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Contudo, isso considero-o como uma só forma
de constituição, porquanto, quer haja vários, quer um só, não abalarão as
leis importantes da cidade, desde que tenham a educação e instrução que
expusemos. Pg142-N445
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1.
Constituição da Cidade-Estado;
2. Justiça na cidade.
qual é a edição dessa republica?
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