Fichamento da República de Platão - Livro 10

Livro X. A república de Platão
Que recompensa se pode esperar da virtude
·         A verdade é que entre muitas razões que tenho para pensar que estivemos criando uma cidade mais perfeita do que tudo, não é das melhores a nossa doutrina sobre a poesia. Pg293-N5945
·         Não é difícil, e variada e rápida de executar, muito rápida mesmo, se quiseres pegar num espelho e andar com ele por todo o lado. Em breve criarás o sol e os astros no céu, em breve a terra, em breve a ti mesmo e aos demais seres animados, os utensílios, as plantas e tudo quanto há pouco se referiu. Pg294-N596
·         Ora, Deus, ou porque não quis, ou porque era necessário que ele não fabricasse mais do que um acama natural, confeccionou assim aquela única cama, a cama areal. Mas duas camas desse tipo, ou mas, é a coisa que Deus não criou nem criará. Pg295-N597
·         Com relação ao pintor: parece-te que o que ele tenta imitar é cada uma coisa que existem na natureza ou as obras dos artífices? As obras dos artífices. Pg296-N598
·         Porquanto, a arte de imitar está bem longe da verdade, e se excuta tudo, ao que parece, é pelo fato de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição. Pg296-N598
·         Mas se, na verdade, ele fosse conhecedor das coisas que imita, aplicar-se-ia, julgo eu, muito mais às obras do que as imitações, tentaria deixar criações numerosas e belas como monumentos comemorativos da sua pessoa, e empenhar-se-ia mais em ser elogiado do que em elogiar. Pg297-N599
·         Parece-me, que o poeta, por meio de palavras e frases, sabe colorir devidamente cada uma das artes, sem entender mais do que sabe imitá-las, de modo que a outros que tai, que me julgam pelas palavras, parecem falar muito bem quanto disseram sobre a arte de fazer sapatos, ou sobre a arte da estratégia, ou sobre qualquer outra com metro, rima e harmonia. Pg299-N601
·         Portanto, aquele que sabe informar sobre as qualidades e defeitos das flautas, ou outro faz fé, e executará. Pg300-N601
·         O imitador não tem conhecimento que valham nada sobre aquilo que imita, mas que a imitação é uma brincadeira sem seriedade; e os que se aventuram à poesia trágica, em versos iâmbicos ou épicos, são todos ele imitadores, quanto se pode ser. Pg301-N602
·         O que julga na alma à margem da medida, não poderá ser o mesmo que o que julga com medida. Pg302-N603
·         Um homem comedido, se por força do destino viesse a perder um filho ou algo que lhe fosse muito caro, suportaria essa desgraça mais facilmente do que outros. Pg303-N603
·         Por conseguinte, a força que o impele a resistir é a razão e a lei, ao passo que a força que o arrasta para a dor é a própria aflição. Pg303-N604
·         É evidente desde logo que o poeta não nasceu com inclinação para essa disposição de alma, nem a sua arte foi moldada para lhe agradar, se quiser ser apreciado pela multidão, mas sim com tendência para o caráter arrebatado e variado, devido à felicidade que há em imitar. Pg304-N605
·         E quanto ao amor, à ira e a todos as paixões penosas ou aprazíveis da alma, que afirmamos acompanharem todas as nossas ações. Pg306-N606
·         Concederemos certamente aos seus defensores, que não forem poetas, mas forem amadores de poesia, que falem em prosa, em sua defesa, mostrando como é não só agradável, com útil, para os Estado se a vida humana. Pg307-N607
·         O mal e o vício próprio da natureza da cada coisa é que prejudicam cada uma; ou, se não for isso que danifica, não há outra coisa que possa destruí-la. De fato, não se teme que o bem jamais cause a perdição de qualquer coisa, nem o que não é bom nem mau. Pg308-N609
·         Quando uma coisa não parece devido a um mal, quer seja próprio, quer estranho, é evidente que exista sempre. E se existe sempre, é imortal. Pg310-N611
·         A razão o não consente, nem tampouco vamos supor que a alma, na sua verdadeira natureza, é de tal espécie que esteja repleta de variedade e discordância consigo mesma. Pg310-N611
·         Serão assim os prêmios, recompensas e dádivas que o justo recebe, em vida, dos deuses e dos homens, além daqueles bens que a própria justiça lhe proporciona. Pg313-N614
·         A verdade é que o que te vou narra não é um conto de alcínoo, mas de um homem valente, Er o Armênico, Panfílio de nascimento. Tendo ele morrido em combate, andavam a recolher, ao fim de dez dias, os morrido em combate, andavam a recolher, ao fim de dez dias, os mortos já putrefatos, quando o retiraram em bom estado de saúde. Pg313-N614
·         O essencial dizia ele que era o que segue. Pg341-N615
·         Declaração da virgem Láquesis, filha da Necessidade. Almas efêmeras, vai começar outro período da morte para a raça humana. Pg316-N617
·         Ora, anunciou o mensageiro do além, o profeta falou deste modo: mesmo para quem vir em último lugar, se escolher com inteligência e viver honestamente, espera-o uma vida agradável, e não uma desgraçada. Pg317-N619
·         A alma a quem coubera a vigésima vez, escolheu a vida de um leão: era a de Ajax Telamônio que fugia de ser homem, lembrada do julgamento das armas. Pg318-N620
·         De repente, as almas partiram dali, cada uma para seu lado, para o alto, a fim de nascerem cintilando como estresas. Er, porém, foi impedido de beber. Não sabia, contudo que caminho nem de que maneira alcançara o corpo, mas, erguendo os olhos de súdito, vou, de manhã cedo, que jazia na pira. Pg319-N621
·         Foi assim, Glauco, que a história se salvou e não pereceu. E poderá salvar-nos, se lhe dermos crédito, e fazer-nos passar a salvo o rio do Lestes e não poluir a alma. Pg319-N621
1. Imortalidade da alma;
2. Rejeição da arte mimética;
3. Julgamento dos mortos;
4. Recompensa dos Justos envida




REFERENCIA
Platão. A República: Trad. Pietro Nassetti: Martin Claret; Paulus Gráfica. São Paulo, 2004, p. 13-621

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