Livro V. A república de Platão
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A vida de cada classe
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Considero uma cidade e uma constituição
dessas como boa e reta, bem como um homem dessa qualidade; as demais, más e
erradas – uma vez que aquela é a direita – quer se trate da administração das
cidades, quer da organização das cidades, quer da organização do caráter da
alma individual. Pg143-N449
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Parece-nos que estás perdendo a coragem e
que te furtas a uma parte completa, e não pequena, da discussão, para não
teres de a analisar, e que julgas que nos passará despercebido que disseste
vagamente que, em relação a mulheres e filhos, seria evidente para todos que
são comuns os bens dos amigos. Pg143-N449
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Se eu estivesse confiante em que sabia o
que dizer, o teu encorajamento estava bem. Pg144-N450
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Sigamos esse caminho, portanto,
atribuindo-lhes nascimento e criação semelhante, e vejamos se nos convém ou
n. Pg145-N451
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Se utilizamos as mulheres para os mesmos
serviços que os homens, tem de se lhes dar a mesma instrução. Pg146-N451
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Uma vez que nos atiramos para a discussão,
não devemos temer a troça dos engraçados. Pg146-N452
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Será possível que a mulher não seja
completamente diferente do homem por natureza? Como não haveria de ser
diferente? Pg147-N453
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Logo, convém prescrever a cada um dos sexos
um trabalho diferente, conforme a respectiva naturalidade. Pg147-N453
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Se uma pessoa cair a uma piscina pequena ou
ao mar imenso, não deixa nadar, de qualquer maneira. Pg148-N453
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Portanto, também nós temos de nadar e tentar
salvar-nos nessa discussão. Pg148-N453
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Estamos a insistir com toda a energia e
combatividade na questão verbal de que o que não tem a mesma natureza não
deve ter as mesmas atividades. Pg148-N454
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Se se evidenciar que, ou o sexo masculino,
ou feminino, é superior um ao outro no exercício de uma arte ou de qualquer
outra ocupação, diremos que se deverá confiar essa função a um deles.
Pg149-N454
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Não há administração da cidade nenhuma
ocupação, meu amigo, própria da mulher, enquanto mulher, nem do homem, enquanto
homem, mas as qualidades naturais estão distribuídas de modo semelhante em
ambos os seres. Pg150-N455
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Devem escolher-se mulheres dessa espécie
para coabitar e ajudar a guardar a cidade de juntamente com esses homens, uma
vez que são capazes e aparentadas com eles quanto à sua natureza. Pg150-N456
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A educação para a mulher, para ser guardiã,
são será um para preparar os homens, e outra para as mulheres, sobretudo
porque toma a seu cargo uma natureza idêntica. Pg151-N456
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Que estas mulheres todas serão comuns a
todos esses homens, e nenhuma coabitará em particular com nenhum deles; e,
por sua vez, os filhos serão comuns e nem os pais saberão quem são os seus
próprios filhos, nem os filhos, os pais. Pg 152-N457
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Tu, que és o legislador, assim como
escolheste os homens, da mesma maneira selecionará também as mulheres,
entregando-lhas, de acordo com a semelhança da sua natureza, até onde for
possível. Pg153-N458
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Como os nossos chefes terão de estar nos
píncaros, se na verdade as coisas se passam do mesmo modo com a raça humana.
Pg134-N459
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Àquela dentre os jovens que foram valentes
no combate ou em qualquer outro lugar deve dar-se-lhe entre outras honrarias
e prêmios, uma liberdade mais ampla de se unirem às mulheres, a fim de que
haja pretexto para se gerar o maior número possível de filhos de homens dessa
qualidade. Pg155-N460
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Quando as mulheres e os homens tiverem
ultrapassado a idade da geração, deixaremos aos varões a liberdade de se
unirem a quem quiserem, exceto a uma filha, mãe, neta ou avó; e, por sua vez,
às mulheres, exceto a um filho, um pai, ou outro parente em linha reta,
descendente ou ascendente. Pg156-N461
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Se a um dos cidadãos acontecer seja o que
for, de bom ou mau, uma cidade assim proclamará sua essa sensação e toda ela
se regozijará ou se afligirá juntamente com ele. Pg158-N462
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Os nossos cidadãos terão sobre tudo em
comum aquilo a que aplicam o nome de “meu”. E, tendo isso em comum,
partilharão cima de tudo de penas e prazeres. Pg159-N454
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Afirmamos que não deveríamos possuir casas
próprias, nem terras, nem quaisquer bens, mas sim receber dos outros o seu
sustento, como trabalho da sua vigilância, e despender tudo em comum, e
queriam ser verdadeiros guardiões. Pg160-N464
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Devido as nossas leis, os homens gozarão da
mais completa paz, uns com os outros. Pg161-N465
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Portanto – disse eu –, resta-nos examinar
se acaso é possível entre os homens, como entre os restantes animais,
formar-se esta comunidade, e como o será. Pg162-N466
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Todo o animal luta mais bravamente, se
estiver presente a sua descendência. Pg163-N467
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Enquanto estiverem em campanha, não será
lícito a ninguém recusar-se a ser beijado por quem quiser, a fim de que, se
acaso estiver apaixonado por alguém, homem ou mulher, tenha mais ardor em
levar a palma no combate. Pg164-N468
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Quanto a devastar os campos gregos e
incendiar casas? Como procederão os teus soldados para com os inimigos? Terei
o maior prazer em te ouvir expor doutrina sobre esse assunto. Pg166-N470
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Promulguemos então também esta lei para os
guardiões, de que não devem os campos nem incendiar as casas. Pg168-N471
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Promulguemos – concordou ele – e que seja
boa como as anteriores. Pg168-N471
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Foi para termos um paradigma que indagamos
o que era a justiça e o que era um homem perfeitamente justo. Pg169-N472
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Falar como tu falas estava bem, Glauco,
para outra pessoa. Mas a um homem inclinando à paixão não fica bem
esquecer-se que todos os que estão na flor da idade de uma maneira ou de
outra picam e abalam aqueles que gostam de jovens e são dados a paixões, pois
lhes parecem dignos das suas preocupações e da sua ternura. Pg171-N474
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Se queres falar dos apaixonados e do seu
procedimento tomando-me com exemplo, aceito por amor da discussão. Pg171-N475
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Dir-se-á o mesmo justo e do justo, do bom e
do mau e de todas as ideias: cada um, de per si, é uma devido ao fato de
aparecerem em combinação com ações, e umas delas se manifesta em toda a parte
e aparenta ser múltipla. Pg173-N476
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A opinião via a um objeto, e a ciência
outro, cada uma segundo a potencia que lhe é própria. Pg174-N477
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É evidente que concordamos em que a opinião
é diferente da ciência. Pg175-N478
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O Não-ser pode ser objeto de opinião? Ou é
impossível formar opinião sobre o que não existe? Pensa então. Quem formar
uma opinião que não o é sobre nada? É impossível. Pg176-N478
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Ao Não-ser não se chamará com razão alguma coisa,
mas sim nada. Pg176-N478
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Ao Não-ser atribuímos, por força da
necessidade, a ignorancia, e ao Ser, o conhecimento. Pg176-N478
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Por conseguinte, dos que comtemplam a
multiplicidade de coisas belas, sem verem a beleza em si, nem serem capazes
de seguir outra pessoa que os conduza até junto dela, e sem verem a justiça,
e tudo da mesma maneira, desses direitos que têm opiniões sobre tudo, mas não
conhecem nada daquilo sobre que as emitem. Pg178-N479
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1. É apresentado um "modelo ideal" de cidade;
2. A educação da mulher e da criança;
3. A seleção dos melhores;
4. Unidade somática da cidade e dos
Gregos.
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