Filosofia da Tecnologia - Resenha

Filosofia da Tecnologia - Resenha

Quando se ouve a palavra “tecnologia”, muitas das pessoas pensam em alguns aparelhos como o computador, o forno de micro-ondas e entre outros, e associa com a engenharia. A tecnologia é muito mais vasto e abrangente na maioria da população. Pode-se afirmar que existe uma mentalidade tecnológica ao qual se torna cada vez mais difícil se distrair.
“Tecnologia” designa modo de agir e fazer coisas, de forma eficiente, com auxílio da informação científica. Esta ultima contribuição diferencia de modos padronizados de ação que fazem parte da vida humana desde seus primórdios. Produzir fogo à maneira primitiva, fabricação de pão, fazer um cálculo, tocar um instrumento, um vestido confeccionado por uma modista ou uma cadeira fabricada por um marceneiro, tudo isto implica o domínio da tecnologia. Mas não precisamos ser conscientes do conhecimento, pode reduzir-se a estratégia ou ensaio de erro. No entanto a melhoria de objetos técnicos requer certo gral de pensamento abstrato. Apenas quando ele é científico e a inovação técnica é sistemática, fala-se em tecnologia.
As vantagens trazidas pela tecnologia são evidentes muitas atividades se tornam mais fáceis e rápidas a existência é mais confortável, diversas doenças ou limitações são superadas e, sobre tudo, possibilidades fantásticas surgem continuamente. Ao mesmo tempo, a tecnologia suscita duvidas ou termos, como os relativos à clonagem, à energia nuclear e ao controle e manipulação das novas vidas que os recursos tecnológicos permitem.
A filosofia da tecnologia é uma disciplina relativamente recente, pois data da segunda metade do século XX, beneficiando-se dos também recentes estudos da História e Sociologia da Tecnologia. A constituição da disciplina ocorreu só a partir da década de 1970. Como assunto de reflexão, é possível identificar quatro aspectos da tecnologia, uma classe de objetos, um tipo de conhecimento, uma série de atividades e uma atitude do homem ante a realidade.
Como tipo de conhecimento, a tecnologia abrange desde habilidades sensório-motoras a teorias, passando por normas técnicas e regras de procedimento baseadas em leis científicas. A tecnologia como atitude alude a que ela exprime uma maneira de o homem enfrentar o mundo. A atitude tecnológica tem sido caracterizada diversamente: como vontade de controle da Natureza, de liberdade com relação a ela, e como espírito de eficiência.
Ao olhar filosófico, a tecnologia suscita todo tipo de questões, a começar pelas relativas ao ser da tecnologia.
As questões filosóficas acerca da tecnologia podem ainda ser referentes ao saber produzido e implicado pela tecnologia.
No âmbito da axiologia, ou teoria dos valores, é grande a motivação do filósofo da tecnologia, a começar pela pergunta sobre o valor da própria tecnologia. Todos os objetos tecnológicos parecem obedecer a um valor básico: o da eficiência, vinculada a outro valor: a economia.
De particular impacto social são as questões éticas e políticas provocadas pela tecnologia. As tecnologias da informação e comunicação, do rádio até a internet, envolvem problemas tais como o da licitude de produzir e disseminar qualquer tipo de informação. No campo da Filosofia Política, o desenvolvimento tecnológico suscita preocupações vinculadas à justiça na distribuição de benefícios, custos e riscos.
A tecnologia não se reduz à Ciência aplicada, por diversas razões. As teorias científicas são demasiadamente abstratas para permitirem uma ampliação direta aos problemas tecnológicos, sempre especificando. A tecnologia é inerentemente inovadora. Na tecnologia, recorda-se a saberes e procedimentos não científicos, além dos científicos. Por último, existem problemas, conceitos e modos de explicação tecnológicos, diversos dos cientistas.
A agenda da Filosofia da Tecnologia é suficientemente vasta como para atrair todo tipo de pensadores. Mitcham diferencia a Filosofia da Ciência dos humanistas, da Filosofia da Ciência dos engenheiros. Os primeiros tendem a ser mais críticos e os segundos, mais otimistas com relação ao papel da tecnologia na via humana. As doutrinas filosóficas sobre a tecnologia podem ser classificadas amplamente em três correntes ou abordagens. Para uma delas, que denominamos “analítica”, examinar a tecnologia consiste em analisa-la conceitualmente, formulando. Uma segunda corrente está representada pela abordagem fenomenológica. De acordo com esta filosofia, procura-se descrever e interpretar o significado da tecnologia na existência humana. Por fim, uma terceira abordagem reporta-se à crítica neomarxista da Ciência e da Tecnologia. No carne da sua consideração da tecnologia está a denúncia do seu compromisso com a lógica do capitalismo e a possibilidade de modifica-la para que sirva ao propósito da emancipação humana.
Reserva-se a palavra tecnologia para a transformação da atividade técnica ao combinar-se com a pesquisa científica.
Outro assunto filosoficamente fascinante é o impacto da tecnologia nas culturas tradicionais ao ser introduzida nelas. A essencial modificação consiste na transformação paulatina de todos os problemas em questões técnicas, abordadas com critérios como racionalidade, eficiência, planificação, rapidez, facilidade, produtividade e por ai em diante. As morais ancestralidades são substituídas pelo “imperativo tecnológico”. Pelo mundo a fora, as culturas tendem a se assemelhar, os governos são tentados pela tecnocracia e a disseminação da mentalidade e dos produtos tecnológicos obscurece a possibilidade de viver de outra maneira. Esse impacto é apontado por autores que percebem a tecnologia como uma ameaça para a existência humana. Os riscos e as perdas que os críticos atribuem à tecnologia, ou não são tais, ou são exageradas, ou são ainda compensados pelas vantagens trazidas pela tecnologia.
Um tópico que merece destaque é o da relação da tecnologia com o poder. A eficiência, âmago da realidade da racionalidade tecnológica, não deve, pois, ser aceita como inevitável, mas analisada contextualmente e questionavelmente e questionada por movimentos democráticos organizados.
Uma questão instigante sobre, é de como ela pode interferir significativamente na cultura, uma vez que as peculiaridades intrínsecas de um povo, pelos recursos técnicos, torna-se experiência comum. Portanto, as culturas tendem a se assemelhar.
Cabe mencionar à suspeita de que a tecnologia constitua, ou tenha chegado a construir, uma entidade autônoma que suspeita está alimentada pela dificuldade que temos para imaginar que a produção tecnológica e seus efeitos possam ser detidos ou inteiramente modificados. O possível determinismo tecnológico, em forma mais atenuada tem sido diversamente sugerido, porém também resistido, sobretudo pelos autores que prestam atenção aos estudos históricos e sociológicos relativos à origem e transformação das realizações tecnológicas. Conforme estudos, a evolução tecnológica é por demais complexa para ser reduzida a uma entidade que se autoperpetua ou a um processo com leis inexoráveis.

A filosofia da tecnologia busca principalmente o conhecimento logico das coisas, ela não se denomina simplesmente em leis, é uma filosofia que estrega ao lado racional. A tecnologia tem um modo de agir e fazer as coisas, de forma mais eficiente, isso com o auxílio da informação tecnológica para não correr o rosco de falhas. É bastante vasto o mundo da tecnologia e abrange todo tipo de gosto.

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