Filósofos Brasileiros - MIGUEL REALE e FREI FRANCISCO DO MONTE ALVERNE

MIGUEL REALE 

Nascido em São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de 1910 Faleceu em São Paulo, 14 de abril de 2006, foi um filósofo, jurista, educador poeta brasileiro1 . Foi um dos líderes do integralismo no Brasil e ideólogo da Ação Integralista Brasileira. Posteriormente, defendeu o liberalismo social.2
Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1934), onde foi professor catedrático (1941) e reitor da universidade (1949 — 1950; 1969 — 1973). É autor, entre outros, de Filosofia do Direito e de Lições Preliminares do Direito, obras clássicas do pensamento filosófico-jurídico brasileiro. Ficou conhecido como formulador da teoria tridimensional do direito, na qual os elementos da tríade fato, valor e norma jurídica compõem o conceito de direito.
Ocupou a cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, a partir de 16 de janeiro de 1975. Escreveu coluna quinzenal no jornal O Estado de S. Paulo, na qual tratou de questões filosóficas, jurídicas, políticas e sociais da atualidade. 
Foi supervisor da comissão elaboradora do Código Civil brasileiro de 2002, instalada durante o regime da ditadura militar, cujo projeto foi posteriormente sancionado pelo presidente da República Fernando Henrique Cardoso, tornando-se a Lei nº 10.406 de 2002, novo Código Civil, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003.
Miguel Reale teve atuação de relevo no campo da filosofia, ocupando as seguintes posições: Co-fundador do Instituto de Filosofia Brasileira de Lisboa, Portugal. Organizador de sete Congressos Brasileiros de Filosofia (1950 a 2002) e do VIII Congresso Interamericano de Filosofia (Brasília, 1972). Relator especial nos XII, XIII e XIV Congressos Mundiais de Filosofia (Veneza, 1958; Cidade do México, 1963; e Viena, 1968). Conferencista especialmente convidado pela Federação Internacional de Sociedades Filosóficas para os XVI e XVIII Congressos Mundiais (Düsseldorf, Alemanha, 1978; e Brighton, Reino Unido, 1988). Organizador e presidente do II Congresso Brasileiro de Filosofia Jurídica e Social (São Paulo, 1986) e dos III e IV Congressos (João Pessoa, Paraíba, 1988/1990).

FREI FRANCISCO DO MONTE ALVERNE
Nome de nascimento Francisco José de Carvalho nascido no Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1784 — Faleceu em Niterói, 2 de dezembro de 1858, foi um frade franciscano e teólogo brasileiro, reconhecido orador e pregador oficial do Império do Brasil, ocupou vários cargos honoríficos, tendo sempre gozado de prestígio junto ao clero e à corte imperial.
Filho de João Antônio da Silva e de Ana Francisca da Conceição, Francisco José de Carvalho apresentou-se em 1800 ao Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro. Seu documento oficial de ingresso foi expedido pelo ministro provincial do período, Frei Antônio de São Bernardo, em 27 de julho de 1801, com o auxílio do Frei Vitorino de São José. Em 1802, quando chegou ao Convento de São Francisco de Assis, Monte Alverne estudou filosofia e teologia durante quatro anos, junto a uma turma de 11 brasileiros e 11 portugueses, graças à instituição pela qual o mesmo número de brasileiros e portugueses deveriam ter acesso aos estudos religiosos no Brasil. Tornou-se presbítero pela Ordem dos Franciscanos em 1808. O cognome "Monte Alverne", escolhido pela ordem, remete a um período de reflexão. O Monte Alverne, na região central da Itália, foi o local para ondeFrancisco de Assis dirigiu-se a fim de refletir sua religiosidade e de onde retornou com a perspectiva da renúncia aos prazeres mundanos e da solidariedade em relação ao próximo.
No Convento de São Francisco, em São Paulo, Frei Francisco do Monte Alverne tornou-se pregador itinerante e lente de filosofia. Mudou-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde alcançou o posto de Pregador Real em 1816. Lecionou retórica e outras disciplinas no Colégio São José, na capital do Império. Em 1836, tomado pela cegueira, recolheu-se na casa de amigos em Niterói, onde veio a falecer em 1858. Foi sepultado noConvento de Santo Antônio.
Como pregador da Real Capela, proferiu a oração fúnebre da Imperatriz Leopoldina em 1827. Frei Francisco foi ainda considerado por Gonçalves de Magalhães como um dos precursores das ideias românticas no Brasil.
Obras Oratórias (1833), em 4 volumes.
Compêndio de Filosofia (1859), em que defende o ecletismo dos pensadores franceses e as doutrinas de Locke e Condillac, e combate o tomismo e a escolástica

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