Revelação do Pai pelo Filho

A revelação é um princípio segundo o qual, sem ela não existe teologia.
Palavra humana é sempre uma palavra transitória, não tem efeito criador.
A Palavra de Deus é sempre criadora, eficaz, penetrante.
A experiência do povo de Deus no Antigo Testamento é uma experiência audire (ouvir).
No Antigo Testamento Deus fala e o homem ouve, não se vê a revelação de Deus.
No Novo Testamento, temos a experiencia, não somente do ouvir, mas também do ver. Ele ver a revelação através do Verbum Dei encarnado: "quem Me vê, ver o Pai".
Temos uma continuidade e uma plenificação da revelação. Enquanto no Antigo Testamento, há apenas uma revelação audível, no Novo Cristo Revela a face de Deus.
O Pai se mostra ao mundo através de seu Filho Jesus Cristo.

Deus é ao mesmo tempo o sujeito (aquele que se manifesta: "Autocomunicação") e o conteúdo (a mensagem, desígnio de Deus, plano salvífico), ao mesmo tempo ele é a revelação e revelação.
A revelação de Deus tem uma finalidade, e essa finalidade é a salvação do homem.
Pela revelação, Deus mostra ao homem Deus e ele mesmo, o próprio homem, o projeto de salvação dos homens, deles mesmos.

A revelação no Novo Testamento se baseia sobre um fato: o evento Jesus de Nazaré.

Quando falamos de revelação, falamos que Deus revela seu amor, manifesta no tempo e na história. Não se manifesta num determinado período ou tempo. Deus revela sua bondade, seu plano salvífico, revela sua graça ao homem, independentemente do tempo e do lugar.
É Deus que se revela com a finalidade de salvar o homem. Essa é a bondade de Deus, com a finalidade de unir o homem a si mesmo, a plenitude da vida, conduzir o homem ao destino final de sua vida.

No Novo Testamento Deus entra na história, entra na pessoa de Jesus Cristo. No Antigo Testamento é uma experiência vaga de Deus, no Novo Testamento é uma experiencia completa, Cristo nos mostra o rosto de Deus. É uma experiência na qual o povo ver Deus na pessoa de Jesus de Nazaré. Jesus revela Deus que estava escondido no seu próprio mistério, Jesus desvela deus, tira o véu.
Essa revelação não tira o mistério de Deus, Ele ainda permanece como mistério, mas um mistério com o qual podemos conviver, conhecer, tocar, pois agora Deus está presente de fato na história e no tempo, vivo.

Kenósis - Rebaixamento, esvaziamento.
Na Kenósis o Verbo continua sendo Deus, e assume a condição humana. O Verbo se esvazia, não da sua divindade, mas se esvazia de sua dignidade, do seu véu. Fala ao homem de uma maneira que ele pudesse compreender.
O Verbo Encarnado é a grande hermenêutica de Deus. É a chave de leitura para o mistério de Deus. Não há como conhecer Deus sem que seja por Jesus de Nazaré. Ninguém tem acesso a Deus sem o Verbo Encarnado.

É na cristologia que temos acesso a pessoa de Deus.
Queremos chegar a uma verdade sobre Deus, e para chegar a verdade sobre Deus, o caminho é Jesus Cristo.
É olhando para Cristo que vamos entender ou buscar a entender quem é Deus.

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