Introdução a Idade Media

Divisão histórica - linha temporal
  • Idade Antiga - da invenção da escrita até aproximadamente 476 d.C.;
  • Idade Média - 476 até aproximadamente 1453;
  • Idade Moderna - 1453 até aproximadamente 1789;
  • Idade Contemporânea - 1789 até o momento.

476 o último Imperador Romano é deposto do império.
1443 ocorre a tomada de Constantinopla, alguns outros autores consideram que o marco da Idade média foi o descobrimento da América em 1492.
O marco do fim Medieval teria sido o embate de Felipe IV Rei da França e o Papa Bonifácio em 136?, tem também a teoria do fim da Idade Média com a Reforma protestante.
1789 teve a Revolução Francesa, desencadeando o fim da Idade Moderna.

Introdução ao estudo histórico
História não pode ser tomada como mais uma ciência humana;
A história está constituída no tempo como aquela que proporciona ferramentas justamente para compreendermos o tempo;
Historiadores olham para o passado a fim de esclarecê-lo a partir de um ponto de vista.
História se diferencia do senso comum por estar fundamentada sobre dados, fontes documentais que comprovam aquilo que está sendo demonstrado;
A leitura das fontes, porém, é feita pelos historiadores o que pode gerar leituras tendenciosas;
A fonte não pode ser manipulada para atender as necessidades ou interesses dos historiadores, ao contrário, são os historiadores que precisam se sujeitar àquilo que a fonte relata;
Anacronismo deve ser evitado:
  • Julgamento do passado a partir de valores atuais;
  • Atribuição de aspectos atuais ao passado;

Senso-comum sobre a Idade Média
--> Idade Média - inicia-se com a "queda" do Império Romano;
  • Império Romano Caiu?
--> Era das Trevas;
--> Caça às bruxas;
--> Perseguição Religiosa;
--> Pestes, doenças;
--> Restrições culturais.

Impossível haver uma única interpretação ou verdade absoluta.
O termo Médio foi usado por Michelangelo e Petrarca: Medium tempus.
Diderot e Voltaire, nos séculos XVII e XVIII, terminaram a constituição do imaginário sobre o período criticando a forte influência da Igreja, tida como fanática e responsável pelas trevas culturais que dominaram o ocidente.

Aspectos ignorados:
Renascentistas estudaram em instituições católicas;
A Igreja sempre apoiou o desenvolvimento da ciência, arte, filosofia, etc.;
Desde o seu início a Idade Média tinha intuito de denegrir uma era onde a base da razão era a fé1;
Chamar a Idade Média de irracional é desconsiderar os avanços da ciência e do pensamento.

Divisão da Idade Média:
I. Antiguidade Tardia: aproximadamente dos séculos III ao V;
II. Alta Idade Média: aproximadamente dos séculos VI ao X;
III. Baixa Idade Média: aproximadamente dos séculos XI ao XIV.

Tardia: momento de transição do sistema político-cultural do Império Romano para a nova ordem;
Alta: período que compreende a entrada e o estabelecimento dos povos germânicos no Ocidente;
Baixa: período no qual nos deparamos com a instituição da Igreja como monarquia papal.

No século XIX temos o romantismo.
Séc. XX - Annales, realizou intensas pesquisas afim de reconstruir a sociedade medieval, ressaltando aspectos mais próximos do que fora de fato. São construtores da sociedade europeia e ocidental.

Antiguidade Tardia
--> Diocleciano - Imperador Romano (284-305).
  • Tetrarquia - 2 partes, 2 governadores por parte: Ocidente e Oriente.
  • Perseguição - 303 d.C. Queima dos livros, perseguição e morte.
  • 312 - Constantino se converte.
  • 313 - Edito de Milão - visa a tolerância das religiões pagãs e o cristianismo, não torna o Império Romano cristão, coloca a religião cristã no mesmo patamar que as outras religiões aceitas.
Já havia tolerância dos pagãos para os cristãos desde 311, porém, Constantino inverte a lógica: agora a religião "principal" seria o cristianismo e era esse quem deveria tolerar o paganismo.
Em 324, Constantino vence Licínio e reunifica o Império, agora totalmente cristão.
Constantino não permitiu mais ser adorado publicamente como deus o que resultou numa mudança de paradigma e de mentalidade.
  • O império se uniu à religião, demonstrando ter grande interesse na mesma. O estado e a religião passam a ser unificada.

O que é a Igreja nessa época?
Segundo Ricardo da Costa, a Igreja não pode ser entendida segundo o que é hoje;
Para ele, a Igreja era compreendida nesse momento como sendo:
  • 1. O corpo místico cristão;
  • 2. Comunidade local presidida por um bispo;
  • 3. A construção na qual ocorre o culto da missa;
  • 4. A organização cristã de um território.

Qual era o papel do papa?
Nesse momento, as comunidades cristãs eram autônomas;
  • Eram conduzidas por um bispo, eleito pela comunidade;
  • Esse bispo era auxiliado diretamente pelos presbíteros (sacerdotes);
  • Havia ainda os auxiliares como os diáconos, subdiáconos, acólitos, exorcistas.
A primazia do bispo de Roma nunca foi questionada.
Papa Clemente I morto no ano 96 d.C., escreveu uma Carta aos Coríntios onde resolveu uma disputa que vinha ocorrendo na localidade.
Inácio de Antioquia, ainda no séc. I, escreve aos romanos onde reafirma que a autoridade primal da Igreja provinha do bispo de Roma.

A era dos Concílios
Marx Weber --> Carisma -> burocracia <--> institucionalização.

Na Bíblia, no livro dos Atos dos Apóstolos, é descrito o Concílio de Jerusalém, uma reunião entre as lideranças da nascente Igreja afim de resolver questões referentes ao caminhar comunidade.
Esse teria sido o primeiro concílio, porém, não é considerado ecumênico, uma vez que foi restrito as lideranças em Jerusalém, não abrangendo toda a orbe - algo que não seria possível naquele momento.
Quando Jesus não está mais presente, seu carisma é confiado a Pedro - Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja".
Desse modo, Pedro assume a liderança dos demais discípulos e sua autoridade é inquestionável, pois ele recebeu do próprio Cristo.
O concílio provém a ideia de uma assembleia conduzida pelo bispo de Roma, mas cujos ensinamentos são fundados sobre todo conjunto.

O I Concílio Ecumênico: Niceia
Com a reunificação do Império, agora o cristão, Constantino reúne um Concílio em Niceia (325).
Foi Constantino quem, de fato e direito, conduziu o Concílio de Niceia e foi dele a decisão de se optar pela condenação do arianismo.

Teodósio
Com o Edito de Tessalônica, declara que o cristianismo é a única religião oficial do Império, em 380. a única aceitável em todo o território imperial.
Pouco depois, seguindo as normas éticas e morais do cristianismo, Teodósio proíbe a prática da pederastia (fazer sexo com crianças) - prática comum no mundo romano pagão.
Milão era a capital do Império da época, era onde o imperador morava. Mas a oficial era Roma.
O poder civil se submete ao poder religioso, com Teodósio a Igreja é superior ao Império.
Indiretamente, Ambrósio contribuiu para que a veneração ao Imperador, em declínio desde Constantino, acabe.

A consolidação do cristianismo
Agostinho
Ele foi um dos principais responsáveis pela manutenção da Igreja após o saque de Roma no ano 410, por Alarico.

Pegando toda a história de Roma, Agostinho consegue provar que a cidade já era viciada e tinha problemas antes da ascensão cristã.
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1Hoje tento embasar a minha fé com princípios racionais.

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