Concílio de Niceia


Quando se compromete a divindade de Jesus, se compromete a salvação, pois, se Jesus não fosse Deus, ele não seria capaz de salvar ninguém.
Quando Ário nega que Jesus é diferente do Pai, ele consequentemente nega tudo aquilo que Cristo fez enquanto Deus.

Ário quis resolver os problemas cristológicos do tempo, se embasa na Sagrada Escritura, é um bom entendedor dos escritos, tem uma boa formação "teológica".

O pensamento fundamental de Ário é tentar salvaguardar a unicidade de Deus, ele é uno, não pode ser dois nem três, só existe apenas um princípio alto-existente, e esse princípio só pode ser Deus.
Quando Ário usa o termo Deus, ele está falando do Pai, apenas o Pai é Deus.

Se temos um único Deus, todas as coisas que vem depois deles são criaturas.
O Filho foi num determinado momento não existia, foi criado também do nada.
Há um problema de linguagem, Ário diz que a Criação do Filho é como a criação do mundo, uma criação do nada, o Filho não é coeterno, ele é subordinado ao Pai.
A compreensão de geração em Ário é diferente do concílio de Niceia.
A criação em Ário é fazer, plasmar, enquanto a geração no concílio é ser, ser junto com o Pai.

O problema central é a questão do subordinacionismo, ele não está negando que o filho seja divino, ele pertence a natureza divina, porém num gral inferior ao Pai.

O que está por trás disso tudo é uma questão de linguagem.

Santo Atanásio - viveu todo o problema da discussão ariana, teve influência direta no concílio de Niceia.
A doutrina de S. Atanásio é a doutrina que ampara o concílio, durante e depois.
Ele tenta elaborar sua teologia no intuito de salvaguardar a divindade de Jesus.
Desenvolve seu pensamento no LOGOS-SARX - encarnação. Não é que Deus tenha criado Jesus, mas é o mesmo Deus único que se encarnou, ele se encarna em uma carne, assume a carne humana para salvá-la.
A escola de Alexandria e Antioquia cresce nesse período, S. Atanásio está na escola alexandrina.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós. A encarnação, a vinda de Deus é fato, é real. Não é uma adoção nem uma criação, Deus não criou Jesus, mas é o próprio Deus encarnado.
O Verbo é Deus, e sendo ele Deus, se encarna para salvar a humanidade.
Essa encarnação do Verbo (2ª pessoa da Santíssima Trindade) tem o objetivo de salvar a humanidade, veio para redimir a humanidade.
O Verbo se revestiu da carne humana.

O grande problema do pensamento de Ário é que Deus não pode se encarnar, não pode se materializar, e se Jesus não é Deus, pois se encarnou, ele não pode nos salvar.

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